O Taiti mostrou sua inferioridade já ao errar a saída de bola. E a Espanha, paciente em seu estilo de trocar passes, não tinha nenhuma dúvida de que, mesmo com seus reservas, a goleada seria facilmente estabelecida, apesar do intenso apoio da torcida no Maracanã ao amador time da Oceania.
A Fúria precisou somente de quatro minuto para balançar as redes, quando Fernando Torres arrancou na ponta direita e tabelou para entrar na área, contando com a inocência do goleiro Roche, que abriu seu canto direito ao imaginar que o atacante faria um cruzamento rasteiro na pequena área.
Incentivado pela torcida, o Taiti tinha todos os seus jogadores da intermediária para trás. Quando conseguia ficar com a bola, impunha a velocidade com dois ou, no máximo, três atletas tentando passar do meio-campo. Mas bastava algum espanhol se aproximar para recuperar a bola praticamente sem fazer esforço.
Subindo em bloco, sem se preocupar com sua defesa, a Espanha não fez mais antes dos 20 minutos por egoísmo de Fernando Torres, que irritava David Villa ao insistir em finalizações erradas, ou porque havia tanto menosprezo ao adversário que os cruzamentos eram fracos demais.
Aos 31 minutos, David Villa se cansou de Fernando Torres e se aproveitou do maior erro dos taitianos: marcar em linha. O atacante carregou a bola até a meia-lua e tocou para David Silva passar nas costas da zaga e fazer 2 a 0. No minuto seguinte, Torres arrancou livre do meio-campo, driblou o goleiro ainda fora da área e ampliou. David Villa ainda deixou o seu aos 39.
Estava tão fácil que os europeus nem comemoravam seus gols, mas voltaram diferentes do intervalo. E mais eficientes, aproveitando-se também da condição física precária de seus adversários, que não têm o futebol como profissão. O toque de bola da Fúria no segundo tempo passou a ocorrer dentro da grande área do rival.
E a marcação em linha que tem sido o maior erro tático dos taitianos nesta Copa das Confederações prosseguiu. Assim, não foi difícil Villa fazer mais dois, aos quatro e aos 19, e Juan Mata não deixar que ninguém do quarteto ofensivo reserva de Del Bosque passasse em branco, marcando o seu aos 21.
Fernando Torres foi um personagem à parte no segundo tempo. Oportunista, e aparentemente constrangido por seu desempenho eficiente para colocar a bola nas redes, fez mais dois no segundo tempo, aos 11 e aos 33. Mas sabe que ficará marcado por ter perdido pênalti aos 32 da etapa final, independentemente dos quatro gols que fez nesta tarde no Maracanã.
Ao Taiti, restou a festa por ter enfrentado Iniesta, que atuou nos últimos 15 minutos, mas não de ter escapado de uma derrota com dois dígitos. O goleiro Mikael Roche, que tanto sofreu e bateu na grama a cada falha sua ou bola que balançava as suas redes, até teve seus momentos de celebração, incluindo uma boa defesa em falta cobrada por Villa, mas ficou desolado com o gol de David Silva, já aos 44 minutos do segundo tempo.
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