07/12/2012

Entrevista com candidato a presidente do Palmeiras, Paulo Nobre

Paulo Nobre,  Candidato a Presidente do Palmeiras (FOTO:LANCENET)
O candidato a Presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, concedeu entrevista ao Estadão, e você confere na integra aqui no blog-planetafutebol.blogspot.com.br/


O que você pretende fazer para reerguer o Palmeiras? 
PAULO NOBRE - A minha intenção é contribuir para uma mudança radical na maneira de administrar o clube. O Palmeiras é o campeão do século 20, mas ainda não entrou no século 21.
Já decidiu o que vai fazer para profissionalizar o futebol?
PAULO NOBRE -Temos de separar o futebol do social e fazer com que ambos caminhem com as suas próprias pernas. O futebol se profissionalizou nos anos 30, mas só em um lado da bancada. No outro precisa ser assim também. O futebol do Palmeiras demanda muito tempo e não podemos ter pessoas que tenham a vida profissional ou a particular prejudicadas por não ter tempo de cuidar disso. E meus vices serão pessoas que vivem no clube e sabem do que os sócios precisam.
Como vê o apoio da torcida?
PAULO NOBRE -Sou a novidade e a situação faz com que a novidade se torne algo ainda mais especial, já que o torcedor se cansou da mesmice. É inegável que eu sou a única novidade nesta eleição, mas não vou me aproveitar disso. Torcedor não é bobo e você pode tentar iludir um ou outro, mas a maioria não cai em promessas ilusórias. Acho que passo credibilidade ao torcedor e isso me dá responsabilidade.

Muitos torcedores que veem você como diferente questionam o fato de o ex-presidente Mustafá Contursi o apoiar. É preocupante estar ao lado de alguém com tanta rejeição?
PAULO NOBRE -Apresento o meu projeto e, não importa quem seja o conselheiro, eu aceito o apoio. Pode ser Mustafá, Facchina, Belluzzo, Tirone... Qualquer um. Jamais vou rejeitar um voto, e o apoio do Mustafá será recebido de braços abertos. E outra: se eu for bom presidente, o torcedor que estiver desconfiado vai falar que estou muito bem, apesar das alianças.
Você acha que vai ter dinheiro para fazer alguma coisa?
PAULO NOBRE -Temos de sair da mesmice. O Palmeiras antecipou muito dinheiro, mas não adianta ficar reclamando disso depois de eleito. Tem de ter originalidade e buscar o novo para melhorar a situação. Uma fonte de renda é o torcedor, que é um público leal. Ou ele consome o que você dá ou não consome nada. Vamos fazer uma pesquisa para descobrir o que o torcedor quer, e não tentar adivinhar. Tem de planejar, e não fazer como fizeram para contratar o Wesley, o que foi um vexame. E o sócio-torcedor não pode ser esquecido. Ele tem de participar da vida política do clube. Se os colocarmos para votar, teremos uns 50 mil votos.
Quais os pontos positivos e os negativos da gestão de Arnaldo Tirone?
PAULO NOBRE -Acho que faltou comando e muitas das promessas de campanha ele teve dificuldades para cumprir. Ele demorou muito para montar a diretoria e prometeu cargos para muitas pessoas. Nesses últimos anos, o Palmeiras é uma nau à deriva. De repente atraca numa praia maravilhosa, o título da Copa do Brasil, e depois cai na cachoeira, que foi a Segunda Divisão. E ele ainda usou dinheiro sem critério, como com o Valdivia, que vendemos por 9 milhões e compramos por 10 milhões. Não faz sentido (Na verdade, quem contratou Valdivia foi Luiz Gonzaga Belluzzo).
E os pontos positivos?
PAULO NOBRE -Sempre tem... (silêncio) Bom, há muitas coisas negativas na memória por causa do rebaixamento. Não sei o quanto foi mérito dele, mas as receitas melhoraram. O Barcos foi algo positivo, assim como o Henrique.
Como acha que deve ser montado o time para o ano que vem?
PAULO NOBRE -É inviável fazer dois times. Tem de ser feita uma equipe competitiva e que respeite o torcedor. O que eu sei é que o time precisa de comando. Fez coisa errada, precisa de punição. O torcedor não vai falar que o Palmeiras de 2013 será um time de vagabundos, vai ser um time aguerrido, e não se surpreendam se o Palmeiras chegar longe, porque a torcida o carrega. Só não pode fazê-la de boba, porque aí o bicho pega.
Os pré-candidatos têm participado da montagem do elenco?
PAULO NOBRE -Isso não foi aberto para nós. Queríamos que o Tirone abrisse a situação real, até porque, se ele for reeleito, já sabe como está a situação. Mas nós não. Tentamos uma conversa com o Kleina, mas não deu certo e o jeito vai ser cada um falar com ele individualmente.
O Gilson Kleina permanecerá se você for eleito?
PAULO NOBRE -Tenho boa impressão dele. É um técnico pé no chão, que quer um lugar ao sol e eu gosto de pessoas assim. A gente vê que ele quer vencer. Já demonstrou sua competência em equipes de menor porte e está tendo sua primeira oportunidade em clube grande. Ele ainda não trabalhou em condições normais de temperatura e pressão. Está montando o elenco. E que o torcedor não se iluda: é a atual diretoria que vai montar o elenco de 2013. O próximo presidente assumirá com o campeonato (Paulista) começado e com pouquíssimos jogadores à disposição para contratar.
O jogador que mais gera discussão entre torcedores é o Valdivia. Hoje ele é mais solução ou problema?
PAULO NOBRE -Ele pode ser os dois. Eu sendo eleito, conversaria com o treinador se ele quer manter o Valdivia. Querendo, eu falaria com o jogador para saber a real: está a fim de jogar ou quer sair? Não adianta forçar um jogador a jogar no seu time. Se ele não estiver a fim, vai sempre ter aquela dorzinha no joelho ou coisas que não há como comprovar. É preciso respeitar o jogador. Eu teria um papo bem franco para saber. Ele, bem motivado, é um baita jogador. Sem vontade é como qualquer um, e acaba arrumando problema.


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